segunda-feira, 21 de abril de 2008

Intolerância Religiosa I

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2 comentários:

neila disse...

Vamos lá Alê...vc disse para eu não me chocar...hehe
Chocada eu não estou, mas vendo o vídeo - o 1º - vc há de concordar comigo q isso é mto loko. Pra mim pelo menos é... Pluralidade religiosa demaaaaaaaaaaaaais !!!!
Com relação ao depoimento da mulher...Ela DÁ GRAÇAS A DEUS q a ksa dela é candomblé/ksa bca, depois diz q até hj se conserva celebrar a missa. Saõ Jorge é São Jorge (santo), Oxossi é Oxossi(orixá), e na hora da necessidade ela pede as 2 entidades?!?
Na hora q coloca TUDO no pacote de entidades vira tudo uma coisa só...não é mais santo nem orixá, é td sobrenatural...
Tipo assim: Hello?!? Sua ksa pode ser bca, azul, colorida, mas vc é o q?? Acredita no q: Deus, no santo ou no orixá? Na melhor das intenções pede pra td mundo e o q vier é lucro...
Não sei c isso é intolerância da minha parte, ou ignorância - o q é mais provável...hehehe - , pq na realidade acho isso mto, mas mto estranho.
Eu faço tudo pra Deus...pq dou Graças a Deus, pq minha ksa é de Deus, pq celebro a Deus e nas minhas necessidades eu recorro a Deus e não a 2 entidades q eu sei q uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa cfe disse a mulher.
Aceitar um diálogo com uma religião diferente da sua é uma coisa,o q eu acho super saudável cá entre nós... mas ter 795 religiões diferentes e dependendo da sua necessidade optar por alguma, é outra completamente diferente.

PS: Vi só o 1º vídeo, aos poucos vou vendo o resto. Caso eles sejam complemento desse, abafa o caso...hahaha
Bjoca
Neila

Alexandre Gonçalves disse...

Oi Neila...

Então...

Eu compreendo o que vc diz. E concordo em muitas coisas. Em primeiro lugar todos os que procuram buscar um caminho de diálogo devem estar conscientes de que esse é um processo bastante árduo e longo, com desafios gigantescos. O que o blog procura, assim como o diálogo inter-religioso é a construção de uma cultura de paz.Utopia?! Sim, utopia. Mas não devemos nos esquecer de que utopia significa literalmente "não-lugar", ou seja algo que não possui um lugar no hoje, mas que pode (e esperamos que aconteça) ter no amanhã.

Agora... a questão que você aborda é a do sincretismo. É inegável que ele acontece o tempo todo. Eu, particularmente não sou favorável ao sincretismo. Penso que esse tipo de prática religiosa "pode" pulverizar a sua identidade religiosa (mas eu posso estar errado). E é inegável também que ele faz parte da vida religiosa do brasileiro, inclusive do evangélico. Não do ponto de vista da divindade, mas das práticas religiosas, dos ritos, das doutrinas.

Se você observar bem, o processo de perda da identidade das religiões de maneira geral é bastante forte no mundo globalizado. E de certa forma, um dos responsáveis pela perda, ou no mínimo, da distorção da identidade religiosa é o sincretismo. O diálogo inter-religioso (entre as religiões) e o diálogo ecumênico (entre os cristãos) não busca a uniformidade, mas a unidade, a comunhão possível. Isso significa que não se trata de abrir mão de suas crenças, de suas práticas religiosas, enfim, de sua identidade. Pelo contrário, o diálogo religioso pretende que as pessoas tenham a liberdade de reafirmar suas crenças na segurança de que sua expressão será permitida, reconhecida e respeitada.

Eu sou cristão protestante anabatista. E não encaro isso como um rótulo, mas como parte da minha identidade religiosa, pela qual vejo o mundo, direciono minha vida, estabeleço relações e que impulsiona minha prática neste mundo. Mas, acima de tudo, essa minha identidade deve refletir o que sou antes de tudo: filho de Deus pela criação e pela fé. Não abro mão de ser cristão, creio na Bíblia e na pessoa de Jesus Cristo como revelação de Deus, como o próprio Deus encarnado (Emanuel). O que eu não posso negar é a possibilidade de que Deus se revelou, ainda se revela e, provavelmente continuará a se revelar de outras formas, incompreensíveis pra mim e para muitas outras pessoas. E isso não é sincretismo, é pluralismo. Ser plural é reconhecer (e não se misturar) outras possibilidades de manifestação do divino na vida do ser humano. Manifestações que muitas vezes fogem ao nosso entendimento, à nossa compreensão, mas que nunca deveriam estar distantes de nossa aceitação e respeito.