quarta-feira, 15 de junho de 2011

TEOLOGIA DA IMPERFEIÇÃO



Há dois consensos entre as religiões: o ser humano foi criado por Deus e ele é inerentemente imperfeito. Logo, Deus criou um ser imperfeito.


Esta afirmação machuca, porque a religião não pode afirmar que Deus tenha feito algo menos que perfeito. A saída é introduzir o conceito do pecado, que “danificou” a obra perfeita de Deus. Calvino afirmou a corrupção total do ser humano pelo pecado, Aquino afirmava que restou no ser humano, depois da queda, algo de bom. Pelágio dizia que nascemos sem pecado, mas que o convívio social é o que nos corrompe. Armínio acreditava que o ser humano ficou com o livre arbítrio. São posições que tentam explicar o problema.


A questão permanece: se somos imperfeitos, por que as religiões pregam a necessidade de uma vida perfeita, santa e santificada ou seja lá o que preguem, como essencial para agradar a Deus? Se somos imperfeitos, por que se acredita e prega que Deus só usa os bons, os certinhos, os ascéticos ou reclusos?


Quando estudamos a vida espiritual dos modelos espirituais que as religiões difundem, se percebe, se se lê com um mínimo de espírito crítico, que há um processo de heroicização destes personagens, mostrando como tiveram vidas austeras, como se negaram aos prazeres, como se mortificaram, que tiveram períodos de santidade plena. A história destes “santos” é uma galeria de gente anulada.

No entanto, quando se busca com mais cuidado algumas informações sobre estes “heróis da fé”, vamos perceber gente tão imperfeita como todos nós. No terreno bíblico se tem Abraão, pusilânime diante das pressões da esposa Sara; Jacó, o enganador; Moisés, desobediente e inseguro de sua liderança; Davi, adúltero e assassino; Salomão, megalomaníaco; Jonas, desobediente e omisso; Jeremias, lamentador; Pedro, emocionalmente instável e dissimulado; Paulo perseguidor da Igreja e com espinho na carne.


No campo extrabíblico tem-se o Lutero com angústias quanto à sua fé, Aquino que chegou a duvidar da ressurreição de Jesus, Madre Tereza de Calcutá que pediu em 1953: "Por favor, reze por mim para que não estrague a obra d'Ele e que Nosso Senhor possa se mostrar ... pois há uma escuridão tão terrível dentro de mim, como se tudo estivesse morto ... tem sido assim mais ou menos desde que dei início à obra."; "tão profunda ânsia por Deus e ... repulsa ... vazio ... sem fé ... sem amor ... sem fervor. Salvar almas não atrai ... o céu não significa nada ... reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo." Em 1959 ela escreveu: "Se não houver Deus, não pode haver alma, se não houver alma então, Jesus, você também não é real."


Isto me faz recordar a resposta de Deus a Paulo que insistia em pedir que sua fraqueza fosse tirada (o tal do espinho na carne): “o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (II Co 12:9)


Deus, no exercício de sua soberania e poder, não precisa de coisas e pessoas certinhas para fazer sua obra. Isto o afirmou Paulo: “temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” (II Co 4:7) e o motivo é básico: se Ele só pode usar o que é santo e perfeito, a glória será dividida com o “parceiro na santidade e perfeição”, o ser humano. Se ele usa o fraco, o débil, o pecador, e o torna instrumento da sua graça, a glória é dEle.


Dr. Marcos Inhauser


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terça-feira, 29 de março de 2011

Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial - 21 de março




Mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março de 2011


O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. O Dia internacional pela Eliminação da Discriminação Racial de 2011 é uma oportunidade para todos renovarmos o compromisso de defender e promover esta ideia fundamental.

A Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial tem sido aceita quase universalmente pelos Estados, mas a necessidade de lutar contra a discriminação continua forte como sempre. O mundo está mudando diante de nossos olhos. A humanidade está mudando mais do que nunca. As sociedades estão se tornando mais complexas. A diversidade não é uma opção, mas uma realidade em todo o mundo. Porém, o aumento da proximidade não se traduz em maior entendimento. Em muitos países, indivíduos e comunidades ainda sofrem as injustiças do racismo.

A discriminação racial é um estreitamento do mundo, que reduz nossa humanidade e obscurece a realidade do nosso destino comum. Ela cria as bases para tensões e desconfianças que levam a conflitos. Há muito em jogo. O tecido da sociedade é facilmente rasgado, e muito difícil de ser remendado.

Tolerância não basta. A aceitação passiva da diferença não é suficiente. A igualdade em dignidade e direitos de cada indivíduo deve ser mantida como ponto de partida para todas as ações, e ser a medida do seu sucesso. Para tanto, é necessário um diálogo baseado no respeito. É preciso entender a riqueza que a diversidade nos traz. Isso significa que todas as vozes devem ser ouvidas, e todos os indivíduos devem ser incluídos.

A UNESCO foi criada para promover os princípios democráticos de dignidade, igualdade e respeito mútuo dos homens e mulheres por meio da cooperação internacional nas áreas de educação, ciências, cultura e comunicação. A UNESCO visa eliminar a discriminação racial, promovendo o conhecimento e o entendimento como base de melhores interações, diálogos e respeito. Estas metas sustentam todas as nossas atividades.

Durante este Ano Internacional dos Afrodescendentes (2011), a UNESCO leva adiante seu trabalho sobre a história das Rotas de Escravos, aprofundando o apoio à educação em direitos humanos.

A Coalizão de Cidades da UNESCO contra o racismo é um exemplo de ação inovadora contra a discriminação em um mundo cada vez mais urbano. Graças à coalizão, grandes cidades em todos os continentes estão criando programas que promovem o entendimento entre culturas, buscando incluir todos os indivíduos na vida da comunidade.

Eventos diários mostram que dignidade e igualdade ainda são aspirações das pessoas em todo o mundo. O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial de 2011 é uma oportunidade de renovar nossos esforços para proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Estas são as bases para sociedades saudáveis e Estados fortes.

Estes são os alicerces para uma paz sustentável e o desenvolvimento no século XXI.

Irina Bokova

segunda-feira, 28 de março de 2011

Teólogo da libertação José Comblin morre aos 88 anos na BA

27 de março de 2011 • 15h44 • atualizado às 16h46


O sacerdote belga José Comblin, um dos mais importantes representantes da Teologia da Libertação e que chegou a ser expulso do Chile e do Brasil por suas ideias, morreu neste domingo, aos 88 anos, na Bahia por causas naturais, informaram fontes eclesiásticas. Comblin, um estudioso da Igreja da América Latina e autor de obras como Teologia da Libertação e Ideologia da Segurança Nacional, morreu na cidade de Simões Filho, onde lecionava um curso na comunidade de base.

O sacerdote, que tinha problemas cardíacos e usava marca-passo, foi encontrado morto no quarto no qual estava hospedado por outros religiosos que o esperavam para a oração matinal e que estranharam sua demora. O corpo do religioso belga será velado neste domingo em Salvador e sepultado na Paraíba, segundo seus desejos, disseram porta-vozes da Arquidiocese de Barra, onde residia.

Comblin foi um dos seguidores e principais assessores do bispo brasileiro Hélder Câmara, o defensor dos Direitos Humanos e da opção da Igreja pelos pobres que chegou a ser conhecido durante a ditadura brasileira como o "bispo vermelho".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cinzas




Tem dias que perco a fé na humanidade. Hoje é um desses dias. E que não venham os crentes chatos de plantão me dizer que devemos é ter fé somente em Deus, do contrário muitos deles não teriam crido nas promessas feitas pelos futuros cônjuges no altar, ou qualquer outra situação em que envolva o empenho da palavra e a colocação do caráter à prova. Imaginem vocês um mundo sem confiança mútua, seria um inferno. Aliás, essa é pra mim uma boa definição de inferno: um mundo pleno de desconfiança, de eterna suspeita e temor de ser enganado. Tão ruim quanto seu oposto: a confiança cega, sem limites em outrem. O fato é que acreditamos sim, nas pessoas. E isso significa que colocamos, em maior ou menos medida, nossa confiança nelas, ou seja, botamos fé nos outros, assim como deles esperamos reciprocidade.

De qualquer forma hoje acordei sem fé nas pessoas, assim como sei que algumas também acordam sem fé em mim. Ponto pacífico, já que vez ou outra eu mesmo desconfio das coisas que penso e faço. Acontece que eu sei que ela, essa intrusa, vai voltar e me convencer a crer novamente, mas por hoje o que fica é a descrença nas atitudes, intenções e discurso dos outros. Portanto, calma. Não se preocupe comigo, porque daqui a pouco voltarei a crer nas pessoas, mas numa boa medida, o suficiente pra não me iludir com a idéia de que será a própria humanidade a única responsável por dar conta de ordenar e transformar o mundo. Acredito que todos temos um pouco de responsabilidade em tornar o mundo menos pior, ou no mínimo suportável, o resto é por conta de Deus e de sua graça.

Por isso mesmo não acredito (assim como Luiz Felipe Pondé* em seu mais novo livro Contra um Mundo Melhor), em gente muito justa, correta, honesta, humilde e ética, porque sei que por de trás delas há seres humanos de verdade: injustos, mentirosos, obscuros, cheios de si, claudicantes. Essa gente adora criticar seus governantes e representantes públicos, especialmente deputados com alguma evidência ou prova de malversação de dinheiro público, outro tipo de gente igualmente justa, correta, honesta, humilde e ética, pelo menos diante das câmeras, como todos nós. Não vou gastar meu tempo hoje falando deles. Quem sabe outro dia, em breve. As críticas, cabíveis e oportunas na maioria das vezes (pobres deputados), são feitas por quem também dá um jeitinho de levar o seu, seja burlando a Receita Federal omitindo ou falsificando dados, não emitindo notas fiscais (ou as emitindo frias), embolsando indevidamente o reembolso de combustível ou de táxi (lembra aquela corrida que deu vinte reais e você pediu um recibo de cinquenta?).

As veementes condenações à morosidade de nossos nobres governantes partem também de pessoas honestas e trabalhadoras, que lutam muito na vida para construir suas casinhas, e que aproveitam a falta de fiscalização pra jogar o entulho da construção no terreno dos vizinhos, quando não às margens de vias públicas, ou na sua calçada, leitor. Desde a respeitável dona de casa, mãe de família e evangélica fervorosa – que joga seu precioso lixo por aí, indiscriminadamente –, até aos promissores garotos ricos e bem educados em colégios particulares – arremessando da janela de seus carros caros latinhas de energético que acabaram de misturar em seu Black Label –, o ser humano demonstra uma faceta cruelmente real sobre si mesmos: quem não é objeto de nosso afeto não é digno de nosso respeito. Não importa quem você seja, nem o que faz, se não é do rol de membros ou da galera mais chegada não tem porque ser considerado. Ou você suja a casa do seu tio do coração, quase pai, com suas porcarias diárias? Também vai aos jogos com sua gangue pra espancar seu irmão, primo ou melhor amigo por serem eles tão somente torcedores do time rival, ou porque decidiram se relacionar com meninos? Essa verdade não é marca de nosso tempo, como eu imaginava há tempos atrás ou como querem muitos por aí que se aventuram a diagnosticar o cotidiano. É constitutiva do ser humano, "homo homini lupus" (se você, crente chato de plantão descobrir que essa expressão está num livro chamado O Leviatã, procure saber do que se trata antes de me amaldiçoar).

Voltando àquela gente justa e ética que passa horas versando sobre a falta de ética dos homens públicos, mas não tem a capacidade de se olhar no espelho por alguns segundos, quero dizer que são os mesmos que não se importam em furar fila, mentir a idade, falsificar a assinatura pra receber benefício de gente que já morreu, roubar livros de bibliotecas públicas, não devolver o DVD na locadora (e vendê-lo mais tarde em um sebo qualquer), roubar o sinal da TV por assinatura do vizinho, a água ou a energia elétrica das fornecedoras, ouvir música em celular de 80 reais sem fone de ouvido, sentar nas poltronas demarcadas para idosos, deficientes físicos e mulheres grávidas nos ônibus e fingir estar dormindo só para não ter que dar lugar à eles, estacionar em vaga de deficiente no shopping alegando que não há tantos deficientes assim dirigindo, ou que a paradinha vai ser rápida, parar em fila dupla para pegar seu esforçado filho na escola ao passo que amaldiçoa o prefeito por não melhorar o trânsito das cidades, ignorar que seus insignificantes papéis de bala entopem os bueiros agravando as inundações em tempos de fortes chuvas. A lista é grande e as coisas que você faz cabem muito bem nela. Cabe perguntar, como fez o roqueiro Dinho Ouro Preto: o que você faz quando ninguém te vê fazendo, ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?

Essa gente justa e ética, também trabalhadora e contribuinte adora o gostinho do mando e do desmando, especialmente quando seu pequeno poder vem acompanhado de um objeto que o simboliza, como uma arma, uma bata e um estetoscópio, uma assinatura em um documento importante, um uniforme – nem que seja um terno preto barato de segurança de supermercado, prontamente disposto a espancar o negrinho de boné e bermuda que entrou no setor de eletrônicos. E isso nos mostra outra verdade sobre nós mesmos: estamos todos permeados por nossas mesquinharias diárias, acreditando que o universo conspira a nosso favor, enquanto embriagados, urinamos nas ruas da cidades num dia qualquer de carnaval, adiando o quanto podemos a ressaca da quarta-feira de cinzas – ou uma ressaca maior e de proporções duradouras, como por exemplo a chegada de um bastardozinho, fruto das besteiras que cometemos, e herdeiro tão somente da nossa miséria moral. Antes que você me julgue eu não sou contra o carnaval ou festas populares. Afinal, é preciso se desligar do mundo de vez em quando para sobreviver à ele, como fazem os evangélicos e carismáticos, com suas festinhas particulares, digo, retiros espirituais.

Hoje é quarta-feira de cinzas, e eu me dei o direito de desacreditar (ainda que por um tempo) na humanidade, em você, e também e por que não, em mim mesmo? Sábio foi Paulo, o Apóstolo, quando disse: miserável homem que sou! (Romanos 7, 24). Ainda assim, dou graças.


Alexandre Gonçalves

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Batistas se comprometem com proteção do planeta



Durante a 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB) os batistas brasileiros aprovaram a “Carta de Niterói”, documento por meio do qual assumem uma posição clara em prol da preservação da criação de Deus. Leia a íntegra do documento:

Carta de Niterói

Nós, batistas brasileiros, reunidos na cidade de Niterói (RJ), em janeiro de 2011

CREMOS que

o Universo e o ser humano foram criados por Deus para a sua glória;
a vida e o Universo, em todos os sentidos, foram dados ao ser humano como um presente de Deus;

o Universo foi dado ao ser humano para a sua morada, sustento e para o desenvolvimento de sua história de vida;

o ser humano foi criado como um ser livre, mas, ao mesmo tempo, dependente da soberania de Deus;

Deus delegou ao ser humano a gestão sábia, criativa e sustentável de sua vida e da natureza;

depois da queda e rebeldia após a criação, o ser humano desvirtuou-se dos propósitos divinos da criação e passou a gerir sem sabedoria a sua vida e a natureza, sem se preocupar com a sua sustentabilidade;

que o Evangelho de Jesus Cristo traz não somente a restauração espiritual do ser humano, mas uma nova vida e esperança à humanidade;

que os ideais do Evangelho de Jesus Cristo recuperam os ideais originais da criação reconciliando-a com o Criador.

Neste sentido, DECLARAMOS que

ao longo da história, o ser humano ultrapassou os limites da gestão sustentável da natureza e que, por conta dessa atitude, o Planeta Terra está em perigo;

já não é possível mais o ser humano continuar a ser um consumidor da realidade, da vida e do Planeta Terra;

os dilemas ambientais e ecológicos não afetam apenas o cosmos, mas também a natureza humana e, neste sentido, o ser humano como um micro-cosmo também tem prejudicado a sua saúde física, mental-emocional, social e espiritual pelo inconsequente e imediatista estilo de vida adotado;

os cristãos, em geral, têm se preocupado mais com a redenção espiritual do ser humano, nem sempre considerando o ser humano e a vida em todos os seus aspectos.

Por fim, CONCLAMAMOS que

os cristãos de toda a Terra busquem compreender que o Evangelho todo é para todo o ser humano e para o ser humano todo, incluindo a sustentabilidade da vida humana e da natureza;

cada ser humano assuma o compromisso de cuidar com sabedoria, criatividade e sustentabilidade de sua vida, de seus relacionamentos e da natureza;

os empresários assumam o compromisso de participar da preservação do ambiente em seus mais variados aspectos – social, ecológico, distribuição justa de bens e oportunidades para todos;

os empreendimentos imobiliários sejam planejados e executados de modo a preservar o meio ambiente e a transformar o Planeta Terra numa habitação segura para a vida humana;

que a educação ambiental e para a vida seja incluída na formação do sujeito histórico desde a sua infância em nossa Nação.

as autoridades governamentais, em todos os níveis, lutem contra a inépcia, a corrupção, o imediatismo, estabelecendo legislação sábia, séria e respeitosa à vida humana, à preservação e ocupação do meio ambiente;

as autoridades assumam com seriedade o papel de agente fiscalizador do uso sustentável da natureza de modo a preservar também a vida humana, evitando assim os desastres ambientais como os que ultimamente temos sofrido.

Tudo isto para que conquistemos a VIDA PLENA E O MEIO AMBIENTE.

Niterói (RJ), 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, 25 de janeiro de 2011

Comissão da Carta de Niterói

Mere Márcia Prado Bello
Norton Riker Lages
Lourenço Stelio Rega (relator)


Fonte: Vida e Meio Ambiente