segunda-feira, 6 de julho de 2009

Comissão denuncia perseguição religiosa no Brasil



Brasília, segunda-feira, 29 de junho de 2009 (ALC) - Igrejas neopentecostais promovem uma "ditadura religiosa" no Brasil, acusa documento da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. O texto foi entregue, na sexta-feira, ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin Uhomoibai, em visita a Brasília.

O documento acusa a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e seu "discurso xenófobo, racista e de exploração da população carente", colocando em risco a liberdade religiosa no país.

A IURD, aponta a Comissão, serviu de modelo a outras igrejas, dentre elas a Renascer em Cristo, na perseguição a praticantes da religiosidade afro-brasileira. A comissão acompanha 34 ações judiciais e outros 12 registros de ocorrência em delegacias do Rio de Janeiro,

O relatório, informa a repórter Claudia Lamego, do jornal O Globo, cita o "braço armado" da intolerância religiosa no Rio: "Traficantes e milicianos proíbem manifestações religiosas em templos de umbanda e candomblé nas comunidades dominadas, e ainda expulsam sacerdotes e adeptos, sendo incondicionalmente apoiados, e na grande maioria das vezes incitados, por pastores neopentecostais, líderes religiosos deste 'rebanho de armas'".

A Comissão, criada há um ano, é integrada por representantes de 18 instituições, dentre elas a Federação Israelita do Rio, a Sociedade Beneficente Muçulmana, a Congregação Espírita Umbandista do Brasil, a Polícia Civil, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Rio.

fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

Livro aponta “abuso espiritual” em igrejas evangélicas



Uma reportagem sobre pessoas que foram desiludidas por pastores evangélicos é o que a autora Marília de Camargo César apresenta no livro “Feridos em nome de Deus”, lançado pela Editora Mundo Cristão.

ALC
sexta-feira, 3 de julho de 2009

O livro mereceu análise da professora Paula Monteiro, da Universidade de São Paulo, publicada no jornal Valor Econômico. Marília aborda a cisão do evangelismo brasileiros entre igrejas históricas e pentecostais e neopentecostais, o “abuso espiritual”e a devoção de fiéis aos seus pastores.

As histórias, comenta a professora da USP, focam jovens profissionais, com formação universitária que, após crise pessoal, “abandonam o emprego e passam a dedicar-se ao trabalho das igrejas sem receber, em contrapartida, o reconhecimento do pastor e a ascensão esperada na carreira religiosa”.

A autora se mostra perplexa frente a esse quadro de entrega. “Feridos em nome de Deus” aborda o “abuso espiritual”, definido como “o encontro de uma pessoa forte com uma fraca, em que a forte usa o nome de Deus para influenciar a fraca e levá-la a tomar decisões que acabam por diminuí-las física, material ou emocionalmente”.

Mesmo assim, o neopentecostalismo cresce no Brasil, expandindo-se em todas as camadas sociais, recorrendo a aspectos mágicos e proféticos.

O livro traz a análise do pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. A atmosfera mística dos cultos, com pregações contundentes e orações em línguas estranhas estimula essa percepção, analisa Kivitz.

Para o pastor batista, o pentecostalismo e depois o neopentecostalismo “abrasileiraram” o protestantismo histórico. O pentecostalismo recuperou o profetismo, que animou movimentos religiosos no Brasil, e o neopentecostalismo se apropriou de forças mágicas das religiões afro-brasileiras.