terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ecumenismo e identidade aberta são muito importantes a todos os religiosos



Por: Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, em

Todo diálogo inter-religioso traz a exigência de verdadeiros e profundos diálogos interpessoais que, por sua vez, exigem, necessariamente, diálogos intrapessoais. Templos, Mesquitas e Terreiros não dialogam, mas sim os seres humanos que os constroem. Isso significa dizer que o percurso ecumênico ou macroecumênico é um itinerário implicativo para todos os atores envolvidos. Portanto, não é um caminho asséptico e nem isento de riscos. Se é verdade que todo diálogo autêntico reclama a identidade de cada sujeito envolvido é, igualmente, verdade que cada parceiro deverá trazer a disposição de alterar-se positivamente, a partir do contato com o diferente. O encontro com o "outro" (alteridade) provoca o deslocamento ecoico e a superação de enclausuramentos eclesiásticos que impedem as tradições religiosas de abrirem-se às outras leituras de fé e a uma compreensão mais profunda do mistério de Deus, que supera quaisquer falas sobre Ele, pois Deus é sempre maior!

Desse modo, a afirmação positiva do pluralismo religioso e da consequente liberdade de opção no campo da vivência da fé exigem um alargamento progressivo da consciência, um caminho de amadurecimento e de superação de barreiras externas e internas. Afirmar a identidade, condição para todo diálogo verdadeiro, não significa enclausurar-se narcisicamente em si mesmo, como se o outro nada acrescentasse ou alterasse. Não há, nessa perspectiva, maior prejuízo para o diálogo do que a recusa da identidade, e não há maior prejuízo para a identidade do que a recusa do diálogo. No encontro com o outro, cada tradição religiosa é chamada com mais intensidade a colocar-se diante de si mesma, percebendo com mais clareza suas luzes e sombras. O trabalho ecumênico, portanto, exige fôlego de bom caminheiro, disposição para singrar novos mares e abertura a novas e surpreendentes sínteses; exige, pois, uma identidade aberta, capaz de integrar positivamente alteridade e vulnerabilidade, rigidez e flexibilidade. Escreveu, de forma celebérrima, o então cardeal Joseph Ratzinger, atual papa Bento VXI acerca do caminho do diálogo:

"É um processo de abertura, de abrir-se para o diferente, para os outros. Procuremos imaginar a arte que é alguém saber escutar. Não se trata de uma habilidade, como o manuseio de uma máquina, mas sim de um poder ser, em que a pessoa é exigida como um todo. Ouvir significa conhecer e reconhecer o outro, deixá-lo penetrar no espaço do próprio eu (...) Após o ato de ouvir, eu sou outro, meu próprio ser foi enriquecido e aprofundado, por se haver fundido com o ser do outro, e, no outro, com o ser do mundo".

Assim como afirmou o filósofo Heráclito que ninguém pode banhar-se duas vezes no mesmo rio sendo o mesmo, assim também nenhuma tradição religiosa segue inalterada num processo de encontro e diálogo positivo com outras religiões. Desse modo, católicos, evangélicos, protestantes, candomblecistas, umbandistas, muçulmanos, judeus... todos , irremediavelmente, apresentamo-nos para o diálogo com nossas identidades, mas sem que percebamos que a simples presença e interpelação do diferente altera, surpreende e desbanca nossos absolutismos internos. Nesse caminho, afirmamos a presença desafiante do outro e experimentamos coletivamente a oportunidade sagrada de sermos melhores, mais autênticos, mais plurais e divinamente mais re-ligados.

Para concluir e confessar, posso testemunhar que, hoje, a partir do engajamento na Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), em que tenho a oportunidade de estabelecer vínculos de amizade e trabalho com a diversidade religiosa do Brasil, começo a desconfiar que não sou nem a mesma pessoa e nem tão pouco o mesmo cristão católico de outrora, graças a Deus!!!

Escrito por padre Gegê, pároco da Paróquia Santa Bernadete, membro do Fórum Dom Helder Câmara e da CCIR

Editado por Ricardo Rubim

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Hackers da fé

Padre Zezinho


No dia 31 de dezembro passado, com evidente intenção de interferir na minha pregação de sacerdote católico, um hacker de formação evangélica ou pentecostal invadiu este meu site. Colocou lá uma mensagem da sua igreja, mensagem que, pelo conteúdo, pretendia dizer que minha pregação é idolátrica.

Julgou-me, invadiu propriedade intelectual minha, cometeu crime de preconceito religioso, fez crime digital e está sujeito a uma investigação que, devidamente autorizada pelo juiz, acabará no IP, endereço de onde saiu sua mensagem de hacker da fé. Talvez ele não saiba que existe uma DIGDEIC, delegacia de delitos cometidos por meios eletrônicos. Se tornar a fazê-lo será identificado. Por enquanto guardamos sua mensagem invasora.

Sugiro ao pastor desse moço, caso venha a saber quem é, que o oriente, primeiro quanto ao risco de ser preso, segundo, quanto à atitude de caluniar e ofender um sacerdote católico, invadindo o meu site, o que equivale a uma invasão do altar onde celebro e do púlpito onde prego. Seria crime inafiançável, por caracterizar-se como preconceito de religião.

Se o moço fez isso em nome de Jesus ou de sua igreja, desrespeitou os dois, porque Jesus certamente não abençoa nem assalto a mão armada, nem esse tipo de assalto intelectual e espiritual. E não creio que uma igreja séria apóie um crime dessa natureza, pois equivale a um ato de guerra religiosa. Ele ofendeu minha igreja, meus leitores e a minha pessoa. Não contente em discordar de mim, que tenho mais de 50 anos de anúncio da Palavra de Deus, invadiu meu lugar de pregação e postou no meu site mensagem com claro intuito de desmerecer a fé dos católicos.

Aviso a qualquer hacker da fé que se aventure por este desmiolado caminho de fé confusa, que outro talvez não tenha a minha paciência. Se a pessoa ofendida levar adiante a investigação, o piedoso hacker amargará dura prisão, porque no Brasil, tentar destruir a fé do outro invadindo seu lugar de pregação, pode se configurar crime inafiançável. Se o fanatizado hacker lê meu site, comece a preocupar-se. A equipe registrou sua invasão. Isso que ele fez não é nem nunca foi fé.

fonte: site do Pe. José Fernandes de Oliveira (Zezinho)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Campanha Nacional Contra a Intolerância Religiosa


Lançamento


Dia 23 de Janeiro de 2011 às 11h.

Local: Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade

Endereço: Praça Olavo Bilac. Nº 63. Campos Elísios. São Paulo. Próximo a Estação Marechal Deodoro do metrô (Linha Vermelha).

Participe desta mobilização!