terça-feira, 29 de março de 2011

Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial - 21 de março




Mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março de 2011


O primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. O Dia internacional pela Eliminação da Discriminação Racial de 2011 é uma oportunidade para todos renovarmos o compromisso de defender e promover esta ideia fundamental.

A Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial tem sido aceita quase universalmente pelos Estados, mas a necessidade de lutar contra a discriminação continua forte como sempre. O mundo está mudando diante de nossos olhos. A humanidade está mudando mais do que nunca. As sociedades estão se tornando mais complexas. A diversidade não é uma opção, mas uma realidade em todo o mundo. Porém, o aumento da proximidade não se traduz em maior entendimento. Em muitos países, indivíduos e comunidades ainda sofrem as injustiças do racismo.

A discriminação racial é um estreitamento do mundo, que reduz nossa humanidade e obscurece a realidade do nosso destino comum. Ela cria as bases para tensões e desconfianças que levam a conflitos. Há muito em jogo. O tecido da sociedade é facilmente rasgado, e muito difícil de ser remendado.

Tolerância não basta. A aceitação passiva da diferença não é suficiente. A igualdade em dignidade e direitos de cada indivíduo deve ser mantida como ponto de partida para todas as ações, e ser a medida do seu sucesso. Para tanto, é necessário um diálogo baseado no respeito. É preciso entender a riqueza que a diversidade nos traz. Isso significa que todas as vozes devem ser ouvidas, e todos os indivíduos devem ser incluídos.

A UNESCO foi criada para promover os princípios democráticos de dignidade, igualdade e respeito mútuo dos homens e mulheres por meio da cooperação internacional nas áreas de educação, ciências, cultura e comunicação. A UNESCO visa eliminar a discriminação racial, promovendo o conhecimento e o entendimento como base de melhores interações, diálogos e respeito. Estas metas sustentam todas as nossas atividades.

Durante este Ano Internacional dos Afrodescendentes (2011), a UNESCO leva adiante seu trabalho sobre a história das Rotas de Escravos, aprofundando o apoio à educação em direitos humanos.

A Coalizão de Cidades da UNESCO contra o racismo é um exemplo de ação inovadora contra a discriminação em um mundo cada vez mais urbano. Graças à coalizão, grandes cidades em todos os continentes estão criando programas que promovem o entendimento entre culturas, buscando incluir todos os indivíduos na vida da comunidade.

Eventos diários mostram que dignidade e igualdade ainda são aspirações das pessoas em todo o mundo. O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial de 2011 é uma oportunidade de renovar nossos esforços para proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Estas são as bases para sociedades saudáveis e Estados fortes.

Estes são os alicerces para uma paz sustentável e o desenvolvimento no século XXI.

Irina Bokova

segunda-feira, 28 de março de 2011

Teólogo da libertação José Comblin morre aos 88 anos na BA

27 de março de 2011 • 15h44 • atualizado às 16h46


O sacerdote belga José Comblin, um dos mais importantes representantes da Teologia da Libertação e que chegou a ser expulso do Chile e do Brasil por suas ideias, morreu neste domingo, aos 88 anos, na Bahia por causas naturais, informaram fontes eclesiásticas. Comblin, um estudioso da Igreja da América Latina e autor de obras como Teologia da Libertação e Ideologia da Segurança Nacional, morreu na cidade de Simões Filho, onde lecionava um curso na comunidade de base.

O sacerdote, que tinha problemas cardíacos e usava marca-passo, foi encontrado morto no quarto no qual estava hospedado por outros religiosos que o esperavam para a oração matinal e que estranharam sua demora. O corpo do religioso belga será velado neste domingo em Salvador e sepultado na Paraíba, segundo seus desejos, disseram porta-vozes da Arquidiocese de Barra, onde residia.

Comblin foi um dos seguidores e principais assessores do bispo brasileiro Hélder Câmara, o defensor dos Direitos Humanos e da opção da Igreja pelos pobres que chegou a ser conhecido durante a ditadura brasileira como o "bispo vermelho".