domingo, 7 de dezembro de 2008

Religiões tecem redes para responder ao HIV na América Latina





O diálogo inter-religioso precisa tratar às vezes de assuntos carnais. Foi o que comprovou o diretor regional do escritório regional latino-americano de Religiões pela Paz, Elías Szczytnicki, quando, ao relatar a sua experiência como judeu, explicou aos representantes de outras religiões em que consiste exatamente a circuncisão, prática recomendada por especialistas para reduzir o risco de contrair HIV.

De acordo com três estudos realizados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre Aids (ONUSIDA) no Quênia, Uganda e África do Sul, dos quais participaram dez mil homens entre 15 e 49 anos, a circuncisão reduziu em quase 60% o risco de contrair HIV por via heterossexual.
Szczytnicki explicou a prática durante encontro do conselho da Rede Inter-religiosa sobre HIV e Aids, que teve lugar no Instituto Cultural México-Israelense da Cidade do México, no marco da Conferência Internacional AIDS 2008.

Religiões pela paz reúne as maiores religiões mundiais. Ela procura estabelecer “uma plataforma de incidência na liderança religiosa e em políticas públicas”. Suas ações estão orientadas a sensibilizar, capacitar e formar alianças.
Um dos objetivos da organização é fomentar o investimento público em medicação antirretroviral para recém nascidos com HIV. Integram a Rede Inter-Religiosa sobre HIV e Aids para a América Latina organismos seculares como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e para a População (UNFPA), e entidades religiosas como o Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), Visão Mundial e Cáritas.

O trabalho da Rede conta com o apoio do Grupo de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e do Caribe em HIV/Aids (CGTH). O GCTH é uma iniciativa formada por representantes dos programas governamentais para o Controle e a Prevenção da Aids em 20 países da América Latina e do Caribe.



Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)